4 de agosto de 2009

Devo-te!..


Devo-te!..

Devo-te tanto como um pássaro
deve o seu voo à lavada
planície do céu.

Devo-te a forma
novíssima de olhar
teu corpo onde às vezes
desce o pudor o silêncio
de uma pálpebra mais nada.

Devo-te o ritmo
de peixe na palavra,
a genesíaca, doce
violência dos sentidos;
esta tinta de sol
sobre o papel de silêncio
das coisas - estes versos
doces, curtos, de abelhas
transportando o pólen
levíssimo do dia;
estas formigas na sombra
da própria pressa e entrando
todas em fila no tempo:
com uma pergunta frágil
nas antenas, um recado invisível, o peso
que as deixa ser e esquece;
e a tua voz que compunha
uma casa, uma rosa
a toda a volta - ó meu amor vieste
rasgar um sol das minhas mãos!

Vítor Matos e Sá

2 comentários:

Anónimo disse...

Amei seu blog!

Leonor Varela disse...

Boa noite meu amigo
hoje o calor se fez sentir bem pior por aqui mas agora a noite está linda mais fresca sabe bem estar na rua ver a lua linda e luminosa lua cheia de Agosto uma da mais lindas do ano que convida á meditação, e nos inspira, adoro a noite de luar bem brilhante como hoje.

Este seu poema para hoje 'devo-te' diz-nos muito quem não deve alguma coisa a alguém ou a algo eu adorei o poema mais uma boa escolha sua.

E lhe desejo:
Que tudo de bom possa te acontecer...
Que você lute...Que você vença...
Que você conquiste...Que você realize...
Que você ame...Que sua vida seja
um eterno sorriso...

Beijinhos