Amo-te Sempre
Amo-te sempre
com um pouco de barco e de vento
com uma humildade de mar à tua volta
dentro do meu corpo; com o desespero
de ser tempo;
com um pouco de sol e uma fonte
adormecida na ternura.
Merecer este minuto de palavras habitando
o que há sem fim no teu retrato;
Este mesmo minuto em que chegam e partem navios
- nesta mesma cidade deste
minuto, desta língua, deste
romance diário dos teus olhos -
(e chegarão com armas? refugiados? trigo?
partirão com noivas? missionários? guerras? discursos?)
Merecer a densa beleza do teu corpo
que tem água e ternura, células, penumbra,
que dormiu no berço, dormiu na memória,
que teve soluços, febre, e absurdos desejos
maiores que os braços,
merecer os dias subindo das florestas - e vêm
banhar-se, lentos, nos teus olhos...
Merecer a Igreja, o ajoelhar das palavras,
entre estes cinemas visitando, em duas horas, a alma,
estes eléctricos parando atrás do infinito
para subirem os namorados, a viúva, o cobrador da luz, a
costureira
entre estes homens que ganham dinheiro, sangue frio, ou vícios,
ou medalhas
e estes telefones roubando a lealdade dos olhos...
Teus cabelos cheirarão ainda a infância
e a vento, depois de passarem por esta fome pública,
estes olhos com regras de trânsito, estes dias sujos,
estes lábios que já não ensinam o pomar
ou a fonte, nem têm gosto de leite e de aurora,
depois destes olhos cheios da pergunta de estarem vivos
em vão?
Merecer honradamente este poema, todos os poemas,
como quem parte, entre os dedos a brancura
com um pouco de barco e de vento
com uma humildade de mar à tua volta
dentro do meu corpo; com o desespero
de ser tempo;
com um pouco de sol e uma fonte
adormecida na ternura.
Merecer este minuto de palavras habitando
o que há sem fim no teu retrato;
Este mesmo minuto em que chegam e partem navios
- nesta mesma cidade deste
minuto, desta língua, deste
romance diário dos teus olhos -
(e chegarão com armas? refugiados? trigo?
partirão com noivas? missionários? guerras? discursos?)
Merecer a densa beleza do teu corpo
que tem água e ternura, células, penumbra,
que dormiu no berço, dormiu na memória,
que teve soluços, febre, e absurdos desejos
maiores que os braços,
merecer os dias subindo das florestas - e vêm
banhar-se, lentos, nos teus olhos...
Merecer a Igreja, o ajoelhar das palavras,
entre estes cinemas visitando, em duas horas, a alma,
estes eléctricos parando atrás do infinito
para subirem os namorados, a viúva, o cobrador da luz, a
costureira
entre estes homens que ganham dinheiro, sangue frio, ou vícios,
ou medalhas
e estes telefones roubando a lealdade dos olhos...
Teus cabelos cheirarão ainda a infância
e a vento, depois de passarem por esta fome pública,
estes olhos com regras de trânsito, estes dias sujos,
estes lábios que já não ensinam o pomar
ou a fonte, nem têm gosto de leite e de aurora,
depois destes olhos cheios da pergunta de estarem vivos
em vão?
Merecer honradamente este poema, todos os poemas,
como quem parte, entre os dedos a brancura
quente de um pão!
Vítor Matos e Sá
7 comentários:
Lindo poema.
Abraços
O amor sempre vai estar presente em todas as situações e algumas lembranças vêem, aportam, depois ao sabor do vento vão embora como um barco a deriva.
Ótimo fds prá vc!
beijos!
♥ ♥
Boa noite meu amigo
Por aqui o calor continua a apertar e agora a noite se vê uma trovoada lá longe com este calor e com tudo seco como está se torna perigoso por causa dos fogos, mas esperemos que nada aconteça.
Amo-te sempre!... lindo poema ao amor, é bom quando podemos dizer estas palavras, a vida sem amor não tem valor.
Amor pode ser intrepetado de todas as maneiras, o amor é infinito, como é bom amar.
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar!Amar!E não amar ninguém!
Recordar?Esquecer?Indiferente!...
Prender ou desprender?É mal?É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
Florbela Espanca
Tenha uma linda noite e amanhã um bom domingo
um beijo
Aqui ...Ali...E acolá...
Obrigada pela visita ...
Foi bom vê-lo no meu canto...A poesia deve ser partilhada e ela deve ter sempre uma mensagem para quem a lê.
Eu penso assim...
vou voltar sempre e Africa é sempre um elo de ligação...
beijos
MAR
Saio de casa, tentando levar-te…
A ti sentimento, a ti loucura…
E lá longe, olhando o mar…
Mar infinito, penso e vejo…
A loucura de te querer.
E não te poder querer…
E lentamente…
Ponho-te na minha mão aberta
Sopro-te e mando-te embora…
E deito-te ao mar...
Mar que é louco, e que é mau…
E te envolve nas ondas revoltas…
E vou para casa sem pensar em nada…
Vou mais leve. Mas mais pesada…
E quando chego, de ombros caídos…
Olho ao meu redor, e encontro-te aqui…
Porque tu voltaste outra vez…
E nunca me deixarás libertar….
Lili Laranjo
Que lindo jeito de contar a trajetória de um amor... que se vai vivendo em todos os momentos...
Adorei sua visita em meu blog e espero vê-lo sempre por lá...
Também virei sempre aqui visitar o seu!!
Tenha um lindo dia também!!
^^
Beijos!!
O amor, tema gostoso e nunca saí de moda.
Belo post.
Bom final de semana.
Bjss amigo.
Parabéns,
seu poema dá largas às pétalas de rosa espalhadas em leitos sem pudor...
Maravilhosamente bem destribuido, e com leitura simples, gostava que meu espaço assim tão directo.
Sucesso para seu recanto de poemas.
mghorta
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