Há dias um amigo perguntou-me se não tinha peso na consciência de ter
militado politicamente no partido político que é hoje maioritário no governo.
Respondi-lhe que sim, que não me sinto bem com esse facto. Hoje, sabendo o
que sei, não voltaria a fazer o mesmo, é evidente.
Uma grande parte de nós diz que “se soubesse o que sei hoje teria feito assim,
teria feito assado”! A grande questão é que o tempo não volta para trás e não
é possível emendar os erros cometidos. E todos cometemos erros! Aliás,
errar é próprio do homem. O problema pode levantar-se é na continuação do
erro, isto é, sabendo que errei continuar a errar.
Infelizmente para todos nós a política e os políticos tudo têm feito para
se desacreditarem e desacreditarem todos os que por lá passaram e vão
passando. Não pretendo lavar a minha imagem como político activo que fui,
mas tão somente levar-vos um pouco daquilo que conheci, conheço e julgo
poder avaliar melhor do que quem não andou por lá, como se costuma dizer.
O que me foi dado conhecer e que me fez arrepiar caminho foi precisamente
aquilo a que temos vindo a assistir de há mais de duas dezenas de anos. A
política do compadrio, a política do interesse partidário, quando não do
interesse pessoal, a ascensão baseada nas amizades, a política do estás
comigo ou contra mim, a política das facilidades para os amigos e das
dificuldades para os outros, a política da influência, a política do poder para
influenciar, a política na pior concepção que dela se pode ter. E tudo isto
tapado pela peneira da democracia e da representatividade do voto.
E com esta política chegámos à situação em que nos encontramos. Mas ainda
nos querem continuar a tapar os olhos com a peneira dizendo que a culpa é
da globalidade! É um fenómeno global e quem somos nós para por ele não
sermos arrastados para a situação de miséria para que caminhamos!
Mas, basta olhar à nossa volta e ver quem nos tem governado nas últimas
décadas. Que passado foi o dessas pessoas? O que fizeram? Como atingiram
os altos cargos para que foram eleitos ou nomeados? Tinham obra feita ou
têm sido apenas manobradores mais ou menos ardilosos para chegar onde
chegaram? Que competências mostraram ao longo da vida, da respectiva
carreira profissional? Nos últimos governos do país quantas figuras do topo
de hierarquia governamental tinham mostrado essas competências para,
todos nós, sem hesitações, votarmos neles e aceitarmos tudo a que nos têm
sujeitado e vão continuar a sujeitar?
E agora, como também se costuma dizer, torço a orelha, mas já não deita
sangue!
Por obra e graça da democracia que vivemos, temos permitido ser
governados por gente sem escrúpulos, veja-se os lugares que ex-governantes
ocupam e o dinheiro que ganham, que não olharam aos meios para atingir
os seus fins pessoais. Agora o mal é nosso, “dos que estão cá em baixo” que
têm vivido acima das suas possibilidades. Nós é que gastámos mais do que
recebemos, eles continuam a receber muito bem e por isso podem continuar
a gastar como têm gasto! Um ministro vai de mota para tomar posse, grande
exemplo de humildade e vontade de servir o “povo”. Agora, em vez da mota,
anda num carro que custa quase uma centena de milhares de euros! Belo
exemplo para os que estão cá em baixo e que se diz viverem acima do que
ganham e que vão ter de pagar mais essa quase centena de milhares de
euros. Sim, porque o dinheiro que os senhores ministros gastam não é o
deles, é o nosso!
Não temos dúvidas de que vamos pagar esta factura e todas as outras que já
passaram, as actuais e as que hão-de vir.
Hoje, como ontem e como amanhã!
Um Natal e um Ano Novo em Paz é o que vos desejo
Por: - Humberto Lopes - Jornal ABARCA 15 Dezembro 2011militado politicamente no partido político que é hoje maioritário no governo.
Respondi-lhe que sim, que não me sinto bem com esse facto. Hoje, sabendo o
que sei, não voltaria a fazer o mesmo, é evidente.
Uma grande parte de nós diz que “se soubesse o que sei hoje teria feito assim,
teria feito assado”! A grande questão é que o tempo não volta para trás e não
é possível emendar os erros cometidos. E todos cometemos erros! Aliás,
errar é próprio do homem. O problema pode levantar-se é na continuação do
erro, isto é, sabendo que errei continuar a errar.
Infelizmente para todos nós a política e os políticos tudo têm feito para
se desacreditarem e desacreditarem todos os que por lá passaram e vão
passando. Não pretendo lavar a minha imagem como político activo que fui,
mas tão somente levar-vos um pouco daquilo que conheci, conheço e julgo
poder avaliar melhor do que quem não andou por lá, como se costuma dizer.
O que me foi dado conhecer e que me fez arrepiar caminho foi precisamente
aquilo a que temos vindo a assistir de há mais de duas dezenas de anos. A
política do compadrio, a política do interesse partidário, quando não do
interesse pessoal, a ascensão baseada nas amizades, a política do estás
comigo ou contra mim, a política das facilidades para os amigos e das
dificuldades para os outros, a política da influência, a política do poder para
influenciar, a política na pior concepção que dela se pode ter. E tudo isto
tapado pela peneira da democracia e da representatividade do voto.
E com esta política chegámos à situação em que nos encontramos. Mas ainda
nos querem continuar a tapar os olhos com a peneira dizendo que a culpa é
da globalidade! É um fenómeno global e quem somos nós para por ele não
sermos arrastados para a situação de miséria para que caminhamos!
Mas, basta olhar à nossa volta e ver quem nos tem governado nas últimas
décadas. Que passado foi o dessas pessoas? O que fizeram? Como atingiram
os altos cargos para que foram eleitos ou nomeados? Tinham obra feita ou
têm sido apenas manobradores mais ou menos ardilosos para chegar onde
chegaram? Que competências mostraram ao longo da vida, da respectiva
carreira profissional? Nos últimos governos do país quantas figuras do topo
de hierarquia governamental tinham mostrado essas competências para,
todos nós, sem hesitações, votarmos neles e aceitarmos tudo a que nos têm
sujeitado e vão continuar a sujeitar?
E agora, como também se costuma dizer, torço a orelha, mas já não deita
sangue!
Por obra e graça da democracia que vivemos, temos permitido ser
governados por gente sem escrúpulos, veja-se os lugares que ex-governantes
ocupam e o dinheiro que ganham, que não olharam aos meios para atingir
os seus fins pessoais. Agora o mal é nosso, “dos que estão cá em baixo” que
têm vivido acima das suas possibilidades. Nós é que gastámos mais do que
recebemos, eles continuam a receber muito bem e por isso podem continuar
a gastar como têm gasto! Um ministro vai de mota para tomar posse, grande
exemplo de humildade e vontade de servir o “povo”. Agora, em vez da mota,
anda num carro que custa quase uma centena de milhares de euros! Belo
exemplo para os que estão cá em baixo e que se diz viverem acima do que
ganham e que vão ter de pagar mais essa quase centena de milhares de
euros. Sim, porque o dinheiro que os senhores ministros gastam não é o
deles, é o nosso!
Não temos dúvidas de que vamos pagar esta factura e todas as outras que já
passaram, as actuais e as que hão-de vir.
Hoje, como ontem e como amanhã!
Um Natal e um Ano Novo em Paz é o que vos desejo
=== o ===
Este, um artigo que me mereceu publicar aqui, devido à sua experiência como político que foi na interpretação dos factos que antes e actualmente este país atravessa.
Nunca é demais termos pessoas assim que, além de terem passado por uma experiência política a nível local como foi o caso do Professor Humberto Lopes, onde exerceu o cargo de Presidente da Câmara de Abrantes de Janeiro 1990 a Janeiro de 1994, revelam também o seu ponto de vista perante a actual situação em que se encontra este país.
Este, um artigo que me mereceu publicar aqui, devido à sua experiência como político que foi na interpretação dos factos que antes e actualmente este país atravessa.
Nunca é demais termos pessoas assim que, além de terem passado por uma experiência política a nível local como foi o caso do Professor Humberto Lopes, onde exerceu o cargo de Presidente da Câmara de Abrantes de Janeiro 1990 a Janeiro de 1994, revelam também o seu ponto de vista perante a actual situação em que se encontra este país.
=== o ===
Numa entrevista deste mesmo Jornal ABARCA, já como Presidente do Centro de Recuperação de Abrantes (CRIA) com o título (PRECISAMOS DE PESSOAS, NÃO DE IMAGENS) ele comentou o seguinte:
Excerto:
A política mudou, nomeadamente em Abrantes? Há um esvaziamento?
Há um desencantamento, não em relação à democracia, mas com os políticos que nos têm conduzido nesta democracia. Essa desilusão provoca a desmotivação das pessoas pela política e o seu afastamento. Hoje é difícil encontrar quem queira participar a não ser aqueles que querem fazer carreira política e para esses a vida tem sido óptima. Metem-se nas juventudes partidárias, começam a lançar-se e atingem facilmente o notariado. Se estão, ou não, preparados é outra coisa. Dantes, em Abrantes, a câmara estava muito próxima dos munícipes, era fácil falar com o presidente, era fácil o presidente deslocar-se a uma localidade. Essa relação alterou-se.
No pós-25 de Abril, a Assembleia da República estava recheada de personalidades, coisa que actualmente não se passa. A comunicação social é muitas vezes acusada de “vasculhar” a vida dos políticos e inibir que as pessoas com valor se disponibilizem para cargos políticos. Tem essa opinião?
A democracia só é possível se for transparente e a única via para uma democracia ser transparente é haver uma comunicação social livre que possa vasculhar tudo. Que possa ver e mostrar se aqueles que nos governam são realmente o que dizem ser. Uma coisa é aquilo que a pessoa diz que é e outra é aquela que ela pode ser na realidade. Compete à comunicação social mostrar essas coisas. A comunicação social tem uma responsabilidade muito grande em democracia. Tem que informar a opinião pública sobre aquilo que realmente se está a passar, quer em relação às políticas seguidas, quer em relação aos políticos que tomam as medidas. Os políticos é que tem que conduzir a sua vida para ser credíveis junto da opinião publica. Quem os descredibiliza não é a comunicação social, são eles que se descredibilizam pelas atitudes que tomam.
Parece que o que é vergonha “é roubar e ser apanhado” e não roubar.
Exactamente, o problema não está no acto, está em pôr o acto a descoberto. Se o fizer e não for apanhado está certo, se fôr “se calhar” não está bem certo, “mas eu vou tentar livrar-me e arranjar uma desculpa”. E se a desculpa puder cair em terceiros, vai para terceiros, não é ele que a assume. Não fui educado assim, não aceito isso. Claro que os políticos não gostam que se fale das influências, ou possíveis influências que movem para manter uma imagem, que talvez não corresponda ao que são. Mas nós não precisamos de imagens, precisamos de pessoas que sejam o que devem ser.
Excerto retirado da entrevista feita pela directora do jornal, Margarida Trincão.
Excerto:
A política mudou, nomeadamente em Abrantes? Há um esvaziamento?
Há um desencantamento, não em relação à democracia, mas com os políticos que nos têm conduzido nesta democracia. Essa desilusão provoca a desmotivação das pessoas pela política e o seu afastamento. Hoje é difícil encontrar quem queira participar a não ser aqueles que querem fazer carreira política e para esses a vida tem sido óptima. Metem-se nas juventudes partidárias, começam a lançar-se e atingem facilmente o notariado. Se estão, ou não, preparados é outra coisa. Dantes, em Abrantes, a câmara estava muito próxima dos munícipes, era fácil falar com o presidente, era fácil o presidente deslocar-se a uma localidade. Essa relação alterou-se.
No pós-25 de Abril, a Assembleia da República estava recheada de personalidades, coisa que actualmente não se passa. A comunicação social é muitas vezes acusada de “vasculhar” a vida dos políticos e inibir que as pessoas com valor se disponibilizem para cargos políticos. Tem essa opinião?
A democracia só é possível se for transparente e a única via para uma democracia ser transparente é haver uma comunicação social livre que possa vasculhar tudo. Que possa ver e mostrar se aqueles que nos governam são realmente o que dizem ser. Uma coisa é aquilo que a pessoa diz que é e outra é aquela que ela pode ser na realidade. Compete à comunicação social mostrar essas coisas. A comunicação social tem uma responsabilidade muito grande em democracia. Tem que informar a opinião pública sobre aquilo que realmente se está a passar, quer em relação às políticas seguidas, quer em relação aos políticos que tomam as medidas. Os políticos é que tem que conduzir a sua vida para ser credíveis junto da opinião publica. Quem os descredibiliza não é a comunicação social, são eles que se descredibilizam pelas atitudes que tomam.
Parece que o que é vergonha “é roubar e ser apanhado” e não roubar.
Exactamente, o problema não está no acto, está em pôr o acto a descoberto. Se o fizer e não for apanhado está certo, se fôr “se calhar” não está bem certo, “mas eu vou tentar livrar-me e arranjar uma desculpa”. E se a desculpa puder cair em terceiros, vai para terceiros, não é ele que a assume. Não fui educado assim, não aceito isso. Claro que os políticos não gostam que se fale das influências, ou possíveis influências que movem para manter uma imagem, que talvez não corresponda ao que são. Mas nós não precisamos de imagens, precisamos de pessoas que sejam o que devem ser.
Excerto retirado da entrevista feita pela directora do jornal, Margarida Trincão.
7 comentários:
Ciber Aqui-Ali-Acolá!
Depois de ter lido atentamente este post, cá o Cidadão abt passa a expressar a sua resumida opinião.
Foi aqui publicado um excelente artigo do professor Humberto Lopes!
Nos dias que correm começa a rarear gente com esta capacidade de sintetização!
A malta mais nova quer é forró!
bó!
dó!
Qual o curriculum dos nossos atuais governantes?
Tecnocratas de cátedra e secretária!
A câmara não está próxima dos munícipes, não ´fácil falar com o presidente? Onão é fácil o presidente deslocar-se a uma localidade?
Ora essa!
Esperem pela próxima campanha eleitoral e logo verão como os críticos estão errados!
No pós 25 de Abril havia uma cidadania participativa induzida por causas coletivas.
Hoje encontramos alheamento, cultivamos egocentrismo, consumismo exacerbado, busca de promoção social com recurso a bens materiais de última geração e uma profunda crise de valores!
Instintivamente, o homem tende a agir por interesse, por troca e contrapartida, sendo precisamente os princípios e a ética que medeiam tais impulsos. Aliás, é esta a fronteira que distingue o Australopitecos do Sapiens!
E enquanto assim regredimos, os vampiros vão-nos sugando o sangue até ao tutano!
Olá Caro Cidadão abt:
Este seu breve comentário a este post diz tudo em relação ao que actualmente se passa na sociedade moderna mas atenção, não em toda a gente.
Sabe-se bem que, felizmente ainda existem pessoas com carácter e modo de vida decente onde a cultura e o respeito pelo próximo ainda está la, mas como essa percentagem vai diminuindo na mente de muita gente, eis aí a razão de haver diferenças exclusivas naquelas pessoas que mantém o seu carácter personalizado não seguindo o modo do compadrio, do és cá dos meus assim como de uma certa tendência de inclinação só para um lado.
Tal como naqueles jogos de futebol a que se assiste onde o campo está inclinado só para um lado porque o árbitro assim o inclina.
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Pois é, tal como vc diz:
A câmara não está próxima dos munícipes, não é fácil falar com o presidente? O não é fácil o presidente deslocar-se a uma localidade?
Ora essa!
Esperem pela próxima campanha eleitoral e logo verão como os críticos estão errados!
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Isso já todos nós sabemos como é a dança da brasa à minha sardinha,
pois quando se assiste ao cinismo de na altura de campanhas eleitorais ver-se os actuais mandatários pelas ruas e lugares onde nunca mais lá vão distribuir beijinhos e abraços por tudo o que é gente e fazendo promessas descabidas, já depois disso, essa mesma gente é ignorada como se de lixo se trate.
Os críticos sobre estes casos põem a nu a realidade daquilo que se passa mas, aceita-la por parte de quem essa crítica é indicada não convém absorve-la porque lá está, sabe bem estar no poleiro a cantar de galo e ter os capangas a reforçar a capoeira para a raposa lá não entrar.
A fronteira é bem distinta mas não aproveitada e, sobre isto num artigo muito esclarecedor que tive a oportunidade de ler lá está isto:
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"A primeira coisa de que me lembro a respeito do mundo... foi a de que nele me sentia um estranho. Este sentimento, que é ao mesmo tempo a glória e a desolação do Homo sapiens, é o único fio de consistência que detecto na minha vida."
Malcolm Muggeridge, Jornalista e Escritor Inglês (1903-1990
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O Mundo é um milagre. E cada um de nós, Homo sapiens, fomos convidados a participar, através não tanto da Inteligência como da Consciência da centelha divina que todos temos, e que nos torna parte ínfima mas fundamental desse milagre.
Conheça-se a si próprio, honre a sua espécie, e participe activamente nesta caminhada evolutiva que se iniciou há 200.000 anos. Seja um Homo sapiens
De: - Nodo Ascendente
-------------------------
E a pergunta mantém-se:
Será que todos honram esta espécie?..
Saúde, e volte sempre com Força na Tecla!..
Uma crónica e uma entrevista que mostra bem a quem estamos entregues como governo!! Todos erramos é óbvio mas , cometer sempre os mesmos erros é de burros!!
Há dias, mandaram -nos emigrar, depois disseram-nos que a " cruz" era para ser levada "custe o que custar" e hoje, concluíram de que devíamos "morder a língua" apenas para não sermos "piegas"...
E amanhã, o que seremos??????
Beijo e boa SEMANA.
Graça
O que eu gostava era de poder votar em pessoas não em Partidos... chegamos ao ponto de ter na AR os filhos, depois de terem lá estado os pais... por todo o lado se vê cargos hereditários.
Francamente não sei o que se passa com os portugueses que sabem que estão a ser roubados de todas as maneiras e feitios e dá sempre a sensação de que não se importam, completamente conformados. Será por ignorância, por medo, por conveniência, por serem adeptos do deixa andar?
Até faz impressão a passividade do povo português... agora até já chegámos aos ponto de um 1º ministro nos chamar piegas... só mesmo num país de tristes.
Bjos
Passei para deixar um beijo muito grande, cheio de saudades:) Quanto à política...já dizia Luís de Camões que quem se demite e delega aos outros os seus direitos de participação, tudo o que pode fazer é lamentar os erros cometidos...beijinhos
Passei para te desejar um bom Carnaval porque...tristezas não pagam dívidas e nem dores.
Beijo
Graça
"Asa no espaço, vai pensamento!
Na noite azul, minha alma, flutua!
Quero voar no braços do vento,
quero vogar nos barcos da Lua!
Fernanda de Castro
Feliz dia...Beijos & Flores! M@ria
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