9 de abril de 2009

Farmácias recuam no «duelo» com a ministra!..


Associação de farmácias suspende substituição de remédios sem autorização do médico.


ACTUALIZADA ÀS 13h50

O presidente da Associação Nacional de Farmácias anunciou, esta quarta-feira, a suspensão da campanha de substituição de medicamentos de marca por genéricos mais baratos sem autorização do médico, uma vez que o Ministério da Saúde é «o principal cliente das farmácias, representando 80 por cento das suas compras».

Em conferência de imprensa referida pela Lusa, o responsável adiantou, no entanto, que os doentes vão continuar a ser informados do valor que poupariam se esta substituição fosse feita, passando a receber na factura o valor da poupança que teriam caso a iniciativa da ANF não tivesse sido suspensa.

Será ainda lançada uma petição, «a ser subscrita pelos doentes que o entenderem, com o objectivo de pedir ao Ministério da Saúde que lhes conceda o direito de poderem optar pelos medicamentos genéricos mais baratos».

«As farmácias não têm condições económicas para continuar a suportar uma campanha que, embora do maior interesse para os doentes, sobretudo os mais carenciados e os idosos, deixou de ser apoiada pelo Ministério da Saúde», acrescentou.

O recuo acontece porque «a senhora ministra prefere comparticipar medicamentos de marca mais caros e rejeita comparticipar medicamentos genéricos mais baratos», disse.

«Em meia dúzia de dias conseguimos obter mais de 200 mil euros de poupança para os doentes e para o SNS: 112 mil euros para os doentes e 93 mil euros para o SNS», disse.

A ANF estima que mais de 70 por cento das farmácias associadas aderiram à iniciativa, denominada DCI2009.

João Cordeiro anunciou ainda que vai processar judicialmente o Ministério da Saúde se este devolver sem pagar as receitas médicas que forem alteradas nas farmácias.

O presidente da ANF respondia desta forma ao anúncio da ministra da Saúde, que disse que o Governo não pagaria as comparticipações dos medicamentos de marca substituídos por genéricos sem autorização do médico, devolvendo as receitas às farmácias.

Para o presidente da ANF, trata-se de uma «medida administrativa», que terá como resposta acções em tribunal.

João Cordeiro referiu que, no caso de devolução das receitas médicas sem o pagamento da comparticipação do Serviço Nacional de Saúde, será a associação e não as farmácias a arcar com o prejuízo.

IOL - Notícias

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