11 de abril de 2009

Corpo de Mulher!...


Corpo de Mulher!...

Corpo de mulher, brancas colinas, coxas
[brancas,
pareces-te com o mundo na tua atitude de
[entrega.
O meu corpo de lavrador selvagem escava em ti
e faz saltar o filho do mais fundo da terra.

Fui só como um túnel. De mim fugiam os
[pássaros,
e em mim a noite forçava a sua invasão
[poderosa.
Para sobreviver forjei-te como uma arma,
como uma flecha no meu arco, como uma pedra
na minha funda.

Mas desce a hora da vingança, e eu amo-te.
Corpo de pele, de musgo, de leite ávido e firme.
Ah os copos do peito! Ah os olhos de ausência!
Ah as rosas do púbis! Ah a tua voz lenta e
[triste!

Corpo de mulher minha, persistirei na tua graça.
Minha sede, minha ânsia sem limite, meu
[caminho indeciso!
Escuros regos onde a sede eterna continua,
e a fadiga continua, e a dor infinita.

Pablo Neruda

3 comentários:

Deliciosamente Atrevida disse...

Neruda é muito bom mesmo...


E este corpo que tantas vezes se entrega aos prazeres aguarda o toque...

Beijos!!

Leonor Varela disse...

Boa tarde amigo
bonito post bem escolhido adorei
bom mais uma vez obrigado pela visita e seus comentários aos meus blogs, e se quer saber sou realmente muito romântica e muito sensível a tudo ao amor á paixão e ás fraquezas do mundo sempre luto por um mundo melhor, tudo o que sou transcrevo ou com uma imagem ou com uma poesia, e o amor me torna mais romântica pois estou a viver um amor com alguèm romântico e sensivel como eu e meus blogs se devem a isso mesmo.
Os seus comentários são lindos e sempre bem vindos.
Um beijo grande e continuação de um bom sábado

Parapeito disse...

Gostei de ver aqui Neruda :))
Já o leio faz muitos anos...para ti tipo surpresa kinder deixo te parte de um poema dele que gosto muito :)
*
...//...
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
*
Brisas mansas e quentes pata ti ****