A de Sempre, Toda Ela..
Se eu vos disser: «tudo abandonei»
É porque ela não é a do meu corpo,
Eu nunca me gabei,
Não é verdade
E a bruma de fundo em que me movo
Não sabe nunca se eu passei.
O leque da sua boca, o reflexo dos seus olhos
Sou eu o único a falar deles,
O único a ser cingido
Por esse espelho tão nulo em que o ar circula
[através de mim
E o ar tem um rosto, um rosto amado,
Um rosto amante, o teu rosto,
A ti que não tens nome e que os outros ignoram,
O mar diz-te: sobre mim, o céu diz-te: sobre mim,
Os astros adivinham-te, as nuvens imaginam-te
E o sangue espalhado nos melhores momentos,
O sangue da generosidade
Transporta-te com delícias.
Canto a grande alegria de te cantar,
A grande alegria de te ter ou te não ter,
A candura de te esperar, a inocência de te
[conhecer,
Ó tu que suprimes o esquecimento, a esperança e
[a ignorância,
Que suprimes a ausência e que me pões no mundo,
Eu canto por cantar, amo-te para cantar
O mistério em que o amor me cria e se liberta.
Tu és pura, tu és ainda mais pura do que eu
[próprio.
É porque ela não é a do meu corpo,
Eu nunca me gabei,
Não é verdade
E a bruma de fundo em que me movo
Não sabe nunca se eu passei.
O leque da sua boca, o reflexo dos seus olhos
Sou eu o único a falar deles,
O único a ser cingido
Por esse espelho tão nulo em que o ar circula
[através de mim
E o ar tem um rosto, um rosto amado,
Um rosto amante, o teu rosto,
A ti que não tens nome e que os outros ignoram,
O mar diz-te: sobre mim, o céu diz-te: sobre mim,
Os astros adivinham-te, as nuvens imaginam-te
E o sangue espalhado nos melhores momentos,
O sangue da generosidade
Transporta-te com delícias.
Canto a grande alegria de te cantar,
A grande alegria de te ter ou te não ter,
A candura de te esperar, a inocência de te
[conhecer,
Ó tu que suprimes o esquecimento, a esperança e
[a ignorância,
Que suprimes a ausência e que me pões no mundo,
Eu canto por cantar, amo-te para cantar
O mistério em que o amor me cria e se liberta.
Tu és pura, tu és ainda mais pura do que eu
[próprio.
Paul Eluard
4 comentários:
"Eu canto por cantar, amo-te para cantar "...BONITO...
li o teu ultimo comentário sobre as cartas de amor serem ridiculas...
para que percebas...o que quis dizer...foi que é bom muito bom recebermos cartas...mesmo que ás
vezes aos olhos dos outros que nao estao em "estado de graça" possam parecer ridiculas...acontece algumas vezes....ao lermos certas coisas que fizeran parte de uma historia da nossa vida...dizer...como foi possivel escrever isto :))
No fundo caro amigo tudo na vida tem o seu quê de ridiculo :))
O que importa mesmo é que nos sintamos leves...soltos....com um sorriso daqueles que nos aquecem a alma e que os outros ao verem pensam: Com aquele sorriso ridiculo so pode andar passarinho no ar :))
Um abraço pouco ruim :P
Se eu disser q te abandonei
não seria verdade
o mar a me falar,
o céu a me olhar,
a brisa a me conduzir,
as longas noites ao luar!
bjos!
Parapeito:
Tudo correcto amiga pois entendo bem tudo o que aqui referes, o meu comentário no teu post não vai fora do que nele postast, pois apenas referi por outras palavras aquilo que tu aqui referes também ok?
Gostei muito destas tuas palavras finais que aqui referes ao dizeres:
Com aquele sorriso ridículo só pode andar passarinho no ar.
Tudo dito amiga..
Bjos uma semana feliz te desejo.
Izinha:
Teu poema, bem analisado é profundo.
Tem um sentido muito forte, a cada linha cresce uma emoção, daí, a razão da fortaleza que ele tem.
Parabéns amiga.
Bjos..
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