14 de julho de 2015

Contagem decrescente: NASA chega a Plutão esta terça-feira.

Esta terça-feira, a sonda da NASA vai estar mais perto do que nunca do planeta anão para descobrir um mundo nunca antes explorado. O ponto de aproximação máximo é atingido depois de nove anos de viagem.


Há 85 anos que sabemos da existência de Plutão e neste período planeta anão ainda não completou uma volta completa ao redor do sol. A informação que tem sido recolhida ao longo dos anos tem dado azo a muitas especulações e muito poucas certezas. Mas isso vai mudar já esta terça-feira.

Às 12:49:58, a sonda New Horizons da NASA vai ficar a 12.874 quilómetros de Plutão. Pode parecer muito, mas uma sonda colocada à mesma distância do planeta Terra permitiria ver as pontes de Manhattan, por exemplo. Esta aproximação inédita promete começar a desvendar os mistérios que podem esconder o gelo do planeta anão, a sua atmosfera nitrogenada ou as misteriosas manchas escuras que a New Horizons já registou na aproximação a Plutão.

A missão New Horizons foi definida a 15 anos. Já passaram nove, que foram usados para percorrer os três mil milhões de milhas (4.828.032.000 quilómetros) através do sistema solar. Quando o New Horizons foi lançado, Plutão ainda era considerado planeta, estatuto que perdeu em 2006 para se tornar planeta anão, uma classificação que não é consensual entre a comunidade científica. Alan Stern, responsável pela missão, está entre os que reclamam uma anulação da reclassificação feita em 2006.

Uma corrida contra o tempo
Nas últimas décadas o desejo de saber mais sobre Plutão levou os cientistas a proporem várias missões mas todas foram recusadas, maioritariamente por razões orçamentais. E o tempo estava começar a esgotar-se. Plutão desloca-se numa orbita oval, que o faz afastar-se cada vez mais longe do sol - a tal ponto que a sua atmosfera pode congelar, particularidade que limitava no tempo a possibilidade de avançar com uma missão exploratória nos próximos anos.

Se a NASA não tivesse conseguido reunir condições para avançar com a missão New Horizons, uma próxima chance de explorar Plutão só voltaria a aparecer em 2200.

Para além disso, ainda há a questão de Júpiter. Se estivesse bem posicionado, os astrónomos poderiam usar o gigante gasoso como uma forma de acelerar a viagem a Plutão. Sem uma assistência gravitacional, a viagem de nove anos duraria 50% mais tempo.

A missão acabou por ser fundada em 2002 de forma a tirar partido do posicionamento de Jupiter. Em janeiro de 2006 a New Horizons partiu em direção ao desconhecido.

Plutão de perto
Se tudo correr bem, os dados recolhidos no planeta anão vão começar a ser enviados para Terra o quanto antes. Para isso, vão ter de atravessar um grande vazio que vai demorar mais de quatro horas por cada transmissão. Assim, vai ser necessário mais de um ano para que a sonda envie todas as informações para o planeta Terra - a velocidade de downlink é de apenas 2 kilobits por segundo e, para além disso, a New Horizons ainda tem de dividir a infraestrutura de comunicações que lhe dá suporte em Terra com a de outra missão da agência espacial norte-americana.

A aproximação da sonda a Plutão já foi possível recolher as primeiras imagens e fazer um close-up de Plutão, com recurso à Long Range Reconnaissance Imager (LORRI), que será aperfeiçoado agora que a sonda estará mais perto do que nunca do planeta anão. Outra câmara, a Ralph, vai colorir as imagens recolhidas da superfície do planeta anão - que é castanho avermelhado, não azul acinzentado como os livros escolares têm ensinado durante décadas.

Uma das grandes curiosidades dos cientistas em relação a Plutão é básica: o tamanho. Acredita-se que o seu diâmetro não deve ter mais de 20 quilómetros, mas não há certezas. E isso mostra o quão pouco os cientistas sabem sobre Plutão, numa era pré-New Horizons.

Descubra o planeta com a nova app da NASA
A sonda da agência espacial vai entrar na sua fase mais ocupada esta terça-feira, 14 de julho de 2015, e o leitor pode acompanhar o processo através de uma aplicação desenvolvida pela NASA, a Eyes on Pluto.

A app integra o programa da agência espacial, Eyes, que permite ao utilizador explorar o espaço através de simulações criadas a partir de dados reais recolhidos pela nave espacial da NASA. Quando colocada no modo "ao vivo", a aplicação permite ao utilizador ver a New Horizons a aproximar-se de Plutão e das suas luas.

A aplicação está disponível gratuitamente para MAC's e PC's. Também pode ver na galeria algumas das imagens que a agência já recolheu de Plutão e uma imagem do planeta Terra, à distância que a New Horizons irá ficar do planeta anão.

by - Sapotek

=== O ===

A Ciência não tem limites, e o Homem não desiste.

2 comentários:

Graça Pereira disse...

Acho interessante que se conheça a nossa "vizinhança"...talvez um dia, tenhamos de fugir para algum lado... Mas, "Cá por casa" ainda há tanto para descobrir e fazer...
Nunca estamos contentes com nada, não é?
Um abraço e boas férias com este tempo que me parece que estou em Moçambique...
Graça

António Je. Batalha disse...

Os homens tentam fazer história enquanto milhões estão morrendo à fome e sede neste planeta.
Concordaria sim se tivessem cuidado com o ambiente e dos pobres que sofrem, no entanto gastam biliões em experiências que nada adianta para bem do globo.
Procurei mas não a encontrei na Verdade em Poesia de certo se esqueceu, mas só siga se gostar mesmo ok?
Obrigado.