A Câmara Municipal de Abrantes anunciou hoje a suspensão da realização da Feira de São Matias, a primeira no calendário das grandes feiras nacionais, por estarem a decorrer obras no espaço que habitualmente acolhe o certame.
A Feira de S. Matias, cujas origens remontam ao século XIII, decorre habitualmente entre os meses de fevereiro e março no espaço adjacente ao Tecnopólo do Vale do Tejo, em Abrantes, no distrito de Santarém.
A feira conta com carrosséis, carrinhos de choque e outros divertimentos eletromecânicos, a par de restaurantes e dezenas de vendedores do comércio a retalho, das tradicionais barracas de roupa, quinquilharia, cerâmica, utensílios de cozinha e objetos de decoração.
“O espaço do Tecnópolo está em obras e não temos um espaço alternativo com características físicas que permitam acolher este certame, pelo que decidimos suspender a Feira de São Matias deste ano”, disse à Antena Livre a presidente da autarquia à margem da reunião de executivo.
Maria do Céu Albuquerque (PS) disse ainda que as alternativas pensadas “não se mostraram viáveis” – exemplificando com o antigo campo de futebol do Barro Vermelho -, “porque implicariam um investimento provisório de mais de 100 mil euros”, nomeadamente para o abastecimento de energia elétrica.
“Pensamos que, em 2016, o evento já possa decorrer num novo espaço da cidade, no Vale da Fontinha, que vai ser objeto de uma profunda requalificação para que possa acolher, de forma definitiva, o mercado semanal, o mercado grossista e a Feira de São Matias”, acrescentou.
Cerca de duas dezenas de feirantes, provenientes de diversas zonas do país, marcaram hoje presença na câmara de Abrantes, tendo apresentado à autarca diversas propostas para viabilizar a realização do certame.
“Se o problema é os 100 mil euros e a questão elétrica, nós estamos disponíveis para ajudar a resolver a questão”, disse Saul Teixeira, comerciante de farturas, que se deslocou de Aveiro.
“Todos os feirantes têm investimento feito em geradores, o que garante a autonomia das máquinas e dos divertimentos. Se, mesmo assim, ainda for preciso realizar algum investimento, estamos disponíveis para o assumir, pela importância que esta feira tem para nós”, vincou.
Germano Tavares, feirante residente em Lisboa, disse, por sua vez, que a Feira de São Matias é “importante por ser a primeira feira depois do período de inverno”, e lembrou que os profissionais do setor não trabalham entre outubro e fevereiro/março.
“Esta feira não é a mais rentável, mas é importante porque é a primeira do calendário de feiras, porque estamos parados há muito tempo, e porque este é o nosso ganha-pão”, referiu, tendo feito notar que há 30 anos que anima a Feira de São Matias com os seus carrosséis e o evento “nunca deixou de se realizar".
(by - antenalivre - jornal de abrantes)
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“Se o problema é os 100 mil euros e a questão elétrica, nós estamos disponíveis para ajudar a resolver a questão”, disse Saul Teixeira, comerciante de farturas, que se deslocou de Aveiro.
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Quando se pretende respeito e consideração por aqueles que necessitam do seu ganha pão dia após dia, o querer e a força de vontade tudo resolve para que um evento Centenário como este não possa ser impedido de se realizar em outro local, basta querer para ser, e o local aparece.
Enfim, mais do mesmo, o marasmo a solidão e as noites vazias, são o pão nosso de cada dia que por cá abunda onde o povo é o que menos consideração merece.
Valha-nos S. Matias
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