17 de abril de 2009

Médicos prescrevem os medicamentos mais caros!..


Presidente da Infarmed revela que na maioria dos casos são prescritos os fármacos que aumentam os encargos dos utentes.

O presidente da autoridade que regula o sector do medicamento (Infarmed) revelou que, na maioria dos casos, os médicos prescrevem os medicamentos mais caros, o que aumenta «significativamente» os encargos dos utentes, avança a Lusa.

«Em 56 por cento dos casos»

Vasco Maria divulga no editorial da edição de Abril do boletim «Infarmed Notícias» que, «se é verdade que o crescimento da utilização de genéricos em Portugal se deve aos médicos, que os prescrevem, também é verdade que, no âmbito dos grupos homogéneos, os médicos ainda prescrevem os medicamentos mais caros em 56 por cento dos casos».

Para o presidente do Infarmed-Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, este tipo de opção dos médicos aumenta «significativamente os encargos para os utentes».

A propósito da polémica provocada pela campanha de troca de medicamentos de marca por genéricos mais baratos, mesmo sem consentimento do médico, entretanto suspensa pela Associação Nacional de Farmácias (ANF), Vasco Maria saiu em defesa dos medicamentos genéricos e da sua qualidade.

«Algumas suspeitas levantadas nos últimos dias sobre os medicamentos genéricos não têm, pois, qualquer fundamento», escreve Vasco Maria.

Segundo o presidente do Infarmed, «levantar suspeitas sobre os genéricos utilizados em Portugal é pôr em dúvida todo o Sistema Europeu de Aprovação e Supervisão de medicamentos».

Sobre esta substituição, o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, classificou-a recentemente de «perigosa».

Doentes identificam comprimidos pelas cores

Segundo Pedro Nunes é muito frequente os doentes não identificarem os medicamentos pelos nomes e sim pelas cores dos comprimidos, dialogando desta forma com os médicos.

«O doente que hoje toma um medicamento com este contexto e amanhã lhe é apresentado outro formato tende a confundir e por vezes a tomar o dobro da dose», disse Pedro Nunes, à margem do VII Fórum Saúde, no dia 8 deste mês.

«Há genéricos muito potentes e com duplicação das doses colocam o doente em risco. Não vale a pena correr esse risco só para que um determinado grupo de comerciantes ganhe mais dinheiro do que ganhava antes», frisou o bastonário.

O presidente do Infarmed reforça no editorial da revista do organismo que, «consciente dessa realidade e da importância de uma maior utilização dos medicamentos genéricos, o Infarmed continuará a desenvolver em 2009 campanhas de informação e sensibilização junto dos cidadãos e profissionais de saúde».

¿Nunca é demais repetir que os genéricos detêm a mesma segurança, eficácia e qualidade, e são substancialmente mais baratos que os medicamentos de marca. Permitem gerar poupanças para o Estado e para os doentes e canalizar recursos para medicamentos inovadores¿, escreve ainda Vasco Maria.

IOL - Portugal Diário

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