1 de abril de 2009

Mais de 200 mil portugueses sem dinheiro para medicamentos!..


Farmácias começaram a substituir medicamentos receitados por genéricos mesmo contra vontade dos médicos!..

Mais de 200 mil doentes portugueses abdicam de comprar medicamentos devido à falta de dinheiro. São doentes geralmente idosos e a quem o Estado não consegue garantir a cobertura plena das necessidades em termos de medicação.

Por isso, a partir desta quarta-feira as farmácias portuguesas dão a possibilidade aos doentes de substituírem, se assim o entenderem, os medicamentos de marca por genéricos de preço mais baixo.

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«Existem já cerca de 230 mil doentes portugueses que foram forçados, devido à crise económica, a abdicar da terapêutica recomendada. São doentes que desistem de levar para casa um ou mais medicamentos receitados porque não têm dinheiro para os adquirir», disse o presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), João Cordeiro, que esta terça-feira tomou posse.

O mesmo responsável alertou que muitas pessoas com doenças crónicas deixaram de adquirir com regularidade os medicamentos que precisam e outros apenas mantêm os seus tratamentos porque as farmácias lhes «concedem crédito».

Doentes terão que assinar o receituário como responsabilização

«As farmácias portuguesas passam a oferecer aos doentes a possibilidade de exercerem o direito de substituir os medicamentos prescritos pelos médicos por outros com a mesma qualidade e mais baratos», sustentou João Cordeiro em conferência de imprensa.

Além disso, esclarece: «Não vamos impor os genéricos aos doentes, apenas informá-los do preço dos medicamentos de marca e dos genéricos e são eles que decidem quais os medicamentos que querem comprar». Ou seja, se o utente quiser comprar mais barato, pode levar esse medicamento genérico para casa, mesmo que na receita o médico tenha expressado a sua oposição à substituição do fármaco.

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Para poder substituir os medicamentos prescritos pelo médico por genéricos mais baratos, os doentes terão, no entanto, que assinar uma espécie de termo de responsabilidade. «Vão ter de assinar na receita que receberam outros medicamento», disse ainda o presidente da ANF.

A iniciativa tem, segundo o mesmo responsável, «um profundo interesse social e económico», já que proporciona poupanças significativas.

Portugueses podem pagar até 4 vezes menos

«Os nossos doentes em muitas situações vão poder pagar menos 3 ou 4 vezes do que pagam actualmente. Além disso, para os cofres do Estado significa enormes poupanças nas comparticipações do Serviço Nacional de Saúde», adiantou.

Quando questionado sobre a reacção do bastonário da Ordem dos Médicos, que acusou a ANF de subordinar os interesses da saúde e do país a «interesses económicos mesquinhos», João Cordeiro foi peremptório: «Tudo tem riscos na vida e nós assumimo-los», disse antes de frisar que «a ANF não está, nem quer, comprar guerras com ninguém».

Para já, a expectativa é que os doentes beneficiem mas as farmácias também. «Acreditamos que os genéricos dão melhores condições e obviamente esperamos que as farmácias, tal como os doentes, possam vir a beneficiar desta campanha», rematou.

IOL - Portugal Diário

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