27 de janeiro de 2009

Almourol - Um pouco da sua história

ocastelo


Situado numa pequena ilha escarpada, no curso médio do rio Tejo, o Castelo de Almourol é dos monumentos militares medievais mais emblemáticos e cenográficos da Reconquista, sendo, simultaneamente, um dos que melhor evoca a memória dos Templários no nosso país.

As origens da ocupação deste local são bastante antigas e enigmáticas, mas o certo é que em 1129, data da conquista deste ponto pelas tropas portuguesas, o castelo já existia e denominava-se Almorolan.

Entregue aos Templários, principais responsáveis pela defesa da capital, Coimbra, o castelo foi reedificado e assumiu as características arquitectónicas e artísticas essenciais, que ainda hoje se podem observar. Através de uma epígrafe sobre a porta principal, sabemos que a conclusão das obras foi em 1171, dois anos após a grandiosa obra do Castelo de Tomar. São várias as características que unem ambos, numa mesma linha de arquitectura militar templária. Em termos planimétricos, a opção foi por uma disposição quadrangular dos espaços. Em altura, as altas muralhas, protegidas por nove torres circulares adossadas, e a torre de menagem, verdadeiro centro nevrálgico de toda a estrutura.

Estas últimas características constituem dois dos elementos inovadores com que os Templários pautaram a sua arquitectura militar no nosso país. Com efeito, como deixou claro Mário Barroca, a torre de menagem é estranha aos castelos Pré-românicos, aparecendo apenas no século XII e em Tomar, o principal reduto defensivo templário em Portugal1. A torre de menagem do castelo de Almourol tinha três pisos e foi bastante modificada ao longo dos tempos, mas mantém ainda importantes vestígios originais, como a sapata, que nos dá a dimensão geral da estrutura. Por outro lado, também as muralhas com torreões adossados, normalmente providas de alambor, foram trazidas para o ocidente peninsular por esta Ordem, e vemo-las também aplicadas em Almourol.

Extinta a Ordem, e afastada a conjuntura reconquistadora que justificou a sua importância nos tempos medievais, o castelo de Almourol foi votado a um progressivo esquecimento, que o Romantismo veio alterar radicalmente. No século XIX, inserido no processo mental de busca e de revalorização da Idade Média, o castelo foi reinventado, à luz de um ideal romântico de medievalidade. Muitas das estruturas primitivas foram sacrificadas, em benefício de uma ideologia que pretendia fazer dos monumentos medievais mais emblemáticos verdadeiras obras-primas, sem paralelos na herança patrimonial. Data desta altura o coroamento uniforme de merlões e ameias, bem como numerosos outros elementos de índole essencialmente decorativa e muito pouco prática.

No século XX, o conjunto foi adaptado a Residência Oficial da República Portuguesa, aqui tendo lugar alguns importantes eventos do Estado Novo. O processo reinventivo, iniciado um século antes, foi definitivamente consumado por esta intervenção dos anos 40 e 50, consumando-se assim o fascínio que a cenografia de Almourol causou no longo Romantismo cultural e político português.

Fonte: IPPAR

1. BARROCA, 2001
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3 comentários:

O Cidadão abt disse...

Cá o Cidadão passou muitas horas de romance com o pôr do Sol ao fundo, junto a este monumento!E mais não diz!!!

Aqui - Ali - Acolá disse...

Hum!..

Com que então muitas horas de romance ao pôr do sol junto a este monumento Hein!..

Bem, essas coisas de romance também não são para se divulgar, pois nesse campo cada um é que sabe o que já fez e fará, pois se o segredo é a alma do negócio, neste caso será a alma do prazer ok?..

Aqui também eu posso dizer que vários anos passei neste lugar mas, não foi de romance e sim, de lazer onde a pesca à cana do lado de lá do Castelo me fazia passar muitas horas de prazer visto que, sou um amante da pesca à cana onde agora tudo é mais sofisticado nesse campo, pois naquele tempo, tudo era quase artesanal mas, mesmo assim se fazia boas pescarias.

Este Monumento, o conheço de ponta a ponta e quase que posso dizer que o conheço pedra a pedra, pois foram bons anos que lá passei e ainda assisti ás obras de restauração que foram feitas neste monumento bem como, a tudo o que agora por lá está instalado.

O tempo tudo muda, mas o que não muda são os bons tempos que se passa em certos locais e este foi um deles!...

Anónimo disse...

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